terça-feira, 31 de março de 2009
chinsagu no hana
Sublime este tema do filme HANAMI "Chinsagu No Hana" do genial Ryuichi Sakamoto
(mais uma descoberta dos meus géniozinhos!)
cerejeiras em flor!
hanami
It is never too late to fulfill a dream and to start living...
Um filme alemão de baixo orçamento promete ser um dos maiores sucessos do ano. CHERRY BLOSSOMS – HANAMI (HANAMI - CEREJEIRAS EM FLOR) foi apresentado em competição em Berlim e nele a conhecida diretora Doris Dörrie ajudou a fazer praticamente de tudo na produção. O principal suporte artístico do filme está na extraordinária interpretação de Hannelore Elsner. O seu par no filme é também o ótimo (e desconhecido em cinema) Elmar Wepper, que Doris Dörrie foi buscar da televisão onde atuava em produções igualmente baratas.
O curso da história é muito comovente ao mesmo tempo em que faz críticas ácidas ao jeito do ser alemão, em especial sobre os alemães da Bavária, considerados mais metódicos e tradicionalistas. Quem quiser pode ver também referências ao passado alemão nazista, onde a Bavária foi o principal ‘berçário’, e cujo cinema mitificava os símbolos derivados das montanhas. O fetiche da montanha é transferido aqui ao monte Fuji do Japão.
Começa o filme com um médico revelando a uma mulher que o seu marido está com uma doença terminal. Ela não vai contar nada para o marido. Vai tentar estimulá-lo a realizar seus últimos sonhos enquanto é tempo. Aí entra o espírito alemão, regrado, metódico. Ele prefere esperar mais um ano até se aposentar. E “montanha por montanha, na Bavária também as temos, para que ir ao Fuji, mesmo que seja a pretexto de ver o filho que está lá a trabalho?”, ele argumenta.
Aos poucos vamos entrando nesta viagem iniciática. A primeira viagem que ele aceita fazer é para Berlim, onde vivem seus dois outros filhos e netos. Os pais, Trudi e Rudi, são considerados um estorvo para os filhos e ninguém tem tempo para sair com eles. Mas Trudi consegue ao menos ver uma performance de teatro Butô, que ela adora e Rudi não suporta. É quando acontece o inesperado. Na segunda viagem que ele aceita fazer com a mulher, ir a um hotel beira-mar no Báltico, Trudi morre. Que ninguém fique zangado com a leitura deste resumo. A própria Doris Dörrie é quem revela estes acontecimentos na sinopse do filme.
O que realmente está em questão são os elementos emocionais que o espectador irá compor a partir de então. Com Rudi sozinho, sem saber que também está para morrer, ele decide viajar finalmente ao Japão. Mais para realizar o desejo da mulher já morta, do que para ver o filho. Veremos então a transformação de um homem seco e rude em um ser emocional que aos poucos irá perceber o que fez de errado e estúpido na vida. Coisa rara na vida de pessoas que envelhecem aguçando mais que tudo suas contradições. Por isso a comoção que provoca nos espectadores.
O estímulo de Doris Dörrie é como dizer “faça antes de seja tarde”. E o tratamento respeitoso que ela dá à cultura japonesa, mesmo sendo crítica, corrige os desvios do filme anterior de choques culturais com o Japão, a comédia de Sofia Coppola ENCONTROS E DESENCONTROS. Mas o filme alemão também é cruelmente realista. As últimas palavras dos filhos sobre os seus pais fazem ver que os ciclos de insensibilidade seguem se repetindo. Mesmo que o jeito de mistificar uma montanha em nossos dias seja distinto.
Por Leon Cakoff
http://spoilermovies.com/
O curso da história é muito comovente ao mesmo tempo em que faz críticas ácidas ao jeito do ser alemão, em especial sobre os alemães da Bavária, considerados mais metódicos e tradicionalistas. Quem quiser pode ver também referências ao passado alemão nazista, onde a Bavária foi o principal ‘berçário’, e cujo cinema mitificava os símbolos derivados das montanhas. O fetiche da montanha é transferido aqui ao monte Fuji do Japão.
Começa o filme com um médico revelando a uma mulher que o seu marido está com uma doença terminal. Ela não vai contar nada para o marido. Vai tentar estimulá-lo a realizar seus últimos sonhos enquanto é tempo. Aí entra o espírito alemão, regrado, metódico. Ele prefere esperar mais um ano até se aposentar. E “montanha por montanha, na Bavária também as temos, para que ir ao Fuji, mesmo que seja a pretexto de ver o filho que está lá a trabalho?”, ele argumenta.
Aos poucos vamos entrando nesta viagem iniciática. A primeira viagem que ele aceita fazer é para Berlim, onde vivem seus dois outros filhos e netos. Os pais, Trudi e Rudi, são considerados um estorvo para os filhos e ninguém tem tempo para sair com eles. Mas Trudi consegue ao menos ver uma performance de teatro Butô, que ela adora e Rudi não suporta. É quando acontece o inesperado. Na segunda viagem que ele aceita fazer com a mulher, ir a um hotel beira-mar no Báltico, Trudi morre. Que ninguém fique zangado com a leitura deste resumo. A própria Doris Dörrie é quem revela estes acontecimentos na sinopse do filme.
O que realmente está em questão são os elementos emocionais que o espectador irá compor a partir de então. Com Rudi sozinho, sem saber que também está para morrer, ele decide viajar finalmente ao Japão. Mais para realizar o desejo da mulher já morta, do que para ver o filho. Veremos então a transformação de um homem seco e rude em um ser emocional que aos poucos irá perceber o que fez de errado e estúpido na vida. Coisa rara na vida de pessoas que envelhecem aguçando mais que tudo suas contradições. Por isso a comoção que provoca nos espectadores.
O estímulo de Doris Dörrie é como dizer “faça antes de seja tarde”. E o tratamento respeitoso que ela dá à cultura japonesa, mesmo sendo crítica, corrige os desvios do filme anterior de choques culturais com o Japão, a comédia de Sofia Coppola ENCONTROS E DESENCONTROS. Mas o filme alemão também é cruelmente realista. As últimas palavras dos filhos sobre os seus pais fazem ver que os ciclos de insensibilidade seguem se repetindo. Mesmo que o jeito de mistificar uma montanha em nossos dias seja distinto.
Por Leon Cakoff
http://spoilermovies.com/
terça-feira, 24 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
musical genius
Integrado no Ciclo de Tradições da Quaresma, o Coro Misto da Beira Interior deu hoje um concerto Singular e Memorável na Igreja Matriz do Fundão.
Uma Criação Genial do Maestro Luis Cipriano para a Quadragésima, em que os sons surgiram não só das excelentes vozes mas também do bater em várias partes do corpo, evocando assim a penitência!
Para quem não viu... vão até a Sé de Castelo Branco onde se vai repetir esta Criação Extraordinária que ninguém deve perder!
O meu tributo ao Maestro e ao Coro!
terça-feira, 10 de março de 2009
domingo, 8 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
cherry ring
ouve cantar uma cereja?
Paisagem para Anna Akhmátova
O corpo, ainda corpo,
sabe de cor
a dor. Dizer adeus,
carpir, esconder,
bater palavras contra o muro.
Ruas de São Petersburgo
sob a neblina – o corpo
sabe de cor
onde se morre.
Mas, por entre o estridor
de soldados e funcionários,
cava uma saída:
o próximo poema
(promessa de delicadeza e silêncio)
– ouve cantar uma cereja.
(in Martelo. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1997.)
http://minhatrama.blogspot.com/
A cereja no topo do bolo!
"Demorou. Tivemos falsas partidas. Houve eleições. Mudámos de casa. Estamos melhor. Regressámos para 2009. Às quartas, como sempre. Bons filmes. Cinema alternativo. Diversidade. Sessões regulares. Ciclos temáticos. Colóquios. Contamos contigo. Porque nem todos gostam do mesmo."
Cine Clube Gardunha
http://cineclubegardunha.blogspot.com/
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